sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Depois das urnas, TIRIRICA foi aprovado também no teste de alfabetização e deverá ser diplomado como Deputado Federal no dia 17 de dezembro


O PALHAÇO TIRIRICA conseguiu ler e escrever ontem durante teste de alfabetização, segundo o desembargador Walter de Almeida Guilherme, presidente do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo. Deputado Federal mais votado do país, com 1,3 milhão de votos, e eleito pelo PR-SP, Francisco Everardo de Oliveira Silva, o Tiririca, é acusado de falsidade ideológica. O promotor Maurício Lopes
questiona a declaração que o palhaço deu à Justiça Eleitoral, em que alega que sabe ler e escrever. O teste realizado ontem foi feito para comprovar a alfabetização de Tiririca. Segundo a assessoria de imprensa do TRE-SP, ainda não é possível dizer que o palhaço “foi aprovado”. Essa decisão caberá ao juiz Aloízio Silveira, responsável pelo caso. Ele poderá levar em conta outros aspectos, como o depoimento de pelo menos quatro testemunhas e perícias técnicas. A jurisprudência da Justiça Eleitoral, porém, costuma ser
condescendente nesses casos. Normalmente, apenas conhecimentos rudimentares de língua portuguesa são exigidos do candidatos.Durante a audiência realizada ontem, Tiririca teve que escrever parte de uma frase selecionada aleatoriamente da página 51 do livro “Justiça Eleitoral - Uma Retrospectiva”, editado pelo tribunal. Ele teve que escrever: “A promulgação do Código Eleitoral, em fevereiro de 1932, trazendo como grandes novidades a criação da Justiça Eleitoral”. Ainda para comprovar sua alfabetização,Tiririca leu o título e o subtítulo de duas reportagens, uma sobre o Procon e outra sobre o filme de Ayrton Senna. Além leitura, o deputado eleito teve que interpretar os trechos.Tiririca aceitou fazer o teste, embora não precisasse, já que a lei penal não obriga ninguém a produzir provas contra si mesmo. Ele usou o princípio, porém, para recusar-se a fazer uma perícia grafotécnica do documento que apresentou ao registrar a candidatura. Há a suspeita de que a declaração não foi redigida pelo humorista.Tiririca admitiu ter recebido ajuda da mulher para escrever a declaração entregue à Jusitça Eleitoral. Ele alegou que uma lesão na mão o impede de aproximar o dedo indicador do polegar. Segundo o juiz Silveira, que cuida do caso, a constatação da falsidade ideológica não depende da forma como o documento foi produzido, mas de seu conteúdo.Ainda de acordo com o juiz, o teste de alfabetização poderia levá-lo a decidir pela absolvição sumária de Tiririca - o que não aconteceu. O humorista chegou ao TRE por volta das 9h e realizou as provas até o meio-dia. Após o almoço, as testemunhas foram ouvidas. Uma delas é o jornalista Victor Ferreira, autor de reportagem para a revista “Época”, na qual o promotor baseia sua acusação.O presidente do TRE disse que Tiririca será diplomado no dia 17 de dezembro, independentemente do resultado da audiência, já que o processo não pede a cassação do deputado eleito.“Não se constatou nada que pudesse indeferir o registro de sua candidatura. Por isso, o seu registro foi considerado legítimo”,afirmou o presidente do TRE.Tiririca responde a processo criminal pela acusação de falsidade ideológica e pode ser condenado a até cinco anos de prisão.( Folhapress)

O TESTE do TIRIRICA