terça-feira, 3 de maio de 2011

AGORA É FORMAR O PSD


Líderes do PSD começam a coletar assinaturas no RN
Anna Ruth Dantas - repórter

Os líderes políticos que irão se filiar ao Partido Social Democrático (PSD) começaram a coletar assinaturas para criação da legenda. No total serão necessárias 1 milhão de assinaturas no país. A meta para o Rio Grande do Norte é 20 mil assinaturas. O vice-governador Robinson Faria confirmou que as assinaturas já começaram a ser coletadas.
João Gilberto Prefeito de São Paulo, Giberto Kassab, entre Henrique e Robinson, participa do lançamento do Partido Social Democrático em Natal Prefeito de São Paulo, Giberto Kassab, entre Henrique e Robinson, participa do lançamento do Partido Social Democrático em Natal
A festa de lançamento do PSD no Rio Grande do Norte ocorreu com todo contorno de eleições, inclusive com o vice-governador já defendendo a reeleição da governadora Rosalba Ciarlini em 2014. O prefeito Gilberto Kassab, fundador do PSD, foi a grande atração. Além dele, o deputado federal Fábio Faria e cinco deputados estaduais, José Dias, Vivaldo Costa, Raimundo Fernandes, Ricardo Motta e Gesane Marinho estiveram presentes confirmando a filiação ao partido. O sexto parlamentar a ingressar será Gustavo Carvalho, que está em São Paulo.
Uma preocupação entre todos os cinco deputados estaduais presentes ao evento foi o apoio ao Governo Rosalba Ciarlini. Uma clara demonstração de tentar evitar que o conflito DEM-PSD nacional não atinja a relação da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) com o vice-governador Robinson Faria.
Durante discurso no lançamento do PSD, Faria disse que o grupo do novo partido será decisivo para o pleito de 2012 e 2014. “Fomos decisivos nas eleições anteriores. E esse grupo será decisivo no pleito de 2012 e 2014. Esse é um grupo coeso”, destacou. Ele negou que tenha divergência com a governadora. “O grupo está alinhado com a governadora. Conversei abertamente com ela, antes de me filiar ao PSD, e mostrei a ela (Rosalba Ciarlini) a importância do PSD para o nosso Estado”, comentou.
O presidente estadual do PMDB, deputado federal Henrique Eduardo Alves, e os deputados peemedebistas Gustavo Fernandes e Poti Júnior também participaram da reunião do PSD. O líder do PMDB aproveitou para anunciar que aguarda para os próximos dias o lançamento do edital do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante. Ele lembrou, durante discurso, que chegou a negociar a ida de Gilberto Kassab para o PMDB. “Se a janela tivesse sido permitida o prefeito Kassab estaria no PMDB. Tivemos muitas conversas. Mas se legislação não permitiu ele tomou uma atitude corajosa de criar um partido em meio a parafernália que aí está”, comentou.
Governador de Santa Catarina deixa o DEM
São Paulo (AE) - Em nota publicada domingo em seu site, o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, anunciou a saída do DEM para se juntar ao prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, na recriação do Partido Social Democrático (PSD). Em seis parágrafos, o governador argumenta que a sociedade anseia por um novo caminho político e que “homem público nenhum pode ignorar esse chamamento”. “O que nos une, a partir de hoje, é o desafio de construir um projeto em sintonia com a sociedade de Santa Catarina e do Brasil”, diz o governador no texto intitulado “Nota à Sociedade Catarinense”.
Raimundo Colombo vinha sendo cortejado por Kassab desde o início do ano, quando o governador negociava sua ida para o PSB. Após o anúncio da refundação do PSD, Colombo foi procurado por dirigentes do DEM para ficar no partido e conter assim a “sangria” causada com a saída de correligionários. No entanto, o governador havia deixado claro que a fusão entre DEM e PSDB era sua condição para permanecer na legenda. “As dificuldades que encontramos nesse percurso, nos levaram a formar forte convicção da necessidade de se construir um novo partido político no Brasil. Por isso, iniciamos agora, a mais extensa e abrangente consulta às nossas bases para, juntos, edificarmos os pilares desse novo momento em direção ao Partido Social Democrático, o PSD”, disse na nota.
 “O momento pelo qual o Democratas de Santa Catarina atravessa é bom e vitorioso. Poderíamos, facilmente, nos acomodar sobre essa auspiciosa situação. Mas, quando a sociedade nos mostra a necessidade de um novo caminho de forma tão clara, homem público nenhum pode ignorar esse chamamento”, justificou Colombo.
Bate-papo - Gilberto Kassab » fundador do PSD
Qual a identidade do PSD, que surge agregando dissidentes de todas as legendas?
O importante, e isso que cada vez fica claro, sendo um novo partido ele está sendo composto por pessoas que vêm de todos os cantos do país e de diversas legendas que eram filiados e que não tinham nessas legendas o conforto necessário para o desenvolvimento do seu trabalho. Mas existe identidade no seu trabalho. Existe proximidade nas suas convicções e agora, em um trabalho que será coordenado pelo vice-governador de São Paulo, Guilherme Affif Domingos, vamos iniciar a construção do nosso programa partidário, para que tenhamos programa, estatuto e, com isso, as nossas regras e nossa fidelidade.
O senhor faz esse evento no Estado do senador José Agripino, que é presidente nacional do DEM. Qual a conotação que isso traz para o senhor?
Eu deixo aqui um respeitoso abraço ao senador José Agripino, uma pessoa que eu tenho apreço, estima. Espero que ele consiga superar as dificuldades no DEM, ser um bom presidente, que procure levar o partido a ocupar uma posição de importância no cenário brasileiro, como já teve em outros momentos. Desejo muito boa sorte a ele. Estou no seu Estado e recebido pelo vice-governador Robinson Faria, deputado Fábio Faria, diversos deputados estaduais, nesse novo partido que nasce com muita motivação para fazer aqui no Rio Grande do Norte um trabalho que seja de cooperação com nossa querida governadora. Aqui registro todo apreço que temos por ela, apoiamos e vamos continuar apoiando. Tenho certeza que ela já mostrou a qualidade do seu trabalho e possa ao longo dos quatro anos corresponder a expectativa que todo têm em relação ao trabalho de governadora.
O senador José Agripino chegou a chamar o senhor de oportunista...

Desejo muita sorte a ele, que seja muito feliz no seu trabalho. Tenho compreensão do momento que vive, da sua angústia e, portanto, tenho que ter compreensão por conta das dificuldades que ele tem.
Outra declaração foi afirmar que o PSD nasceu “a serviço do governo federal”...
O partido nasce independente. Tem nos seus quadros pessoas que apóiam a presidenta Dilma, pessoas que não apoiaram e agora poderão votar projetos desde que sejam identificados pela suas convicções.
É o fim do DEM?
Torço que não. Um partido que já contribuiu tanto com a democracia brasileira, espero, sinceramente, possa se reencontrar e dar uma contribuição.
A oposição que a presidenta Dilma enfrentará será menor do que a posta para o presidente Lula?
Todo país precisa de oposição, torço que não.
O senhor cria o PSD com o plano de disputar o governo de São Paulo?
Meu projeto é concluir meu mandato frente a prefeitura de São Paulo, não temos nem estrutura partidária para definir. No momento certo será definido.
O fato de a governadora do Rio Grande do Norte ser do DEM e o vice do PSD poderá trazer reflexo da disputa nacional desses dois partidos?
Não acredito. Até porque os conflitos logo serão dirimidos, a circunstancia do momento gera excesso. São pessoas de bem.
Como será a posição do PSD em relação à presidenta Dilma Rousseff?
Será de independência até pelas circunstâncias políticas do país. Acabamos de vir de uma eleição presidencial no ano passado. Cada um dos nossos integrantes teve um posicionamento, alguns apoiando, outros apoiando outro candidato, não seria positivo nascermos com a marca da incoerência. E seria incoerente se estivéssemos fingindo para os nossos filiados a coerência. Cada um vai continuar com suas posições em relação ao governo da presidenta Dilma. O ano em que teremos a nossa unidade de posicionamento em relação ao Governo será a partir de 2014, pela primeira vez já como partido vamos ter nosso posicionamento e nosso candidato a presidente da República. Vamos apresentar ao país nosso programa.
O senhor concorda com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que defendeu a fusão do DEM com o PSDB?
É difícil dar uma posição em relação a um partido ao qual não pertenço mais. Tenho muito respeito pelo presidente Fernando Henrique e desejo muita sorte seja ao PSDB seja ao DEM.

Mas é viável essa fusão PSDB e DEM?
Não posso fazer comentário, seria indevido.